Sabemos que durante a nossa vida iremos nos deparar com pacientes em estágio terminal, talvez como profissionais, ou simplesmente alguém em nossa família. Sabe-se hoje, que o atendimento a um paciente terminal necessita fundamentalmente de uma equipe multiprofissional, e que esta equipe saiba lidar com os estágios pelo qual o paciente passa, assim como deve saber lidar com a família que assiste em desespero àquela situação.
Os estágios emocionais do paciente à beira da morte foram descritos por E. Kübler Ross, em seu livro Sobre a Morte e o Morrer, e que permitem uma visão real da complexidade vivida pelo paciente diante da sua terminalidade. São eles: a negação e o isolamento, a raiva (revolta), a barganha, a depressão e a aceitação, complementando-se com a esperança, que persiste em todos estes estágios e que é o que conduz o paciente a suportar sua dor. Segundo alguns autores, a perda da esperança, é um comum anúncio preeminente da chegada da morte.
A negação é mais frequente no início da doença, e de certa forma já está previamente instalada em toda a população, a qual não aceita que um dia irá deixar de existir. Nesse estágio, o paciente normalmente nega a sua doença e seu estado, muitas vezes recusando a tocar no assunto.
No estágio da raiva, é comum ser considerado um estágio dos “porquês”- “por que eu?”, ”por que comigo?”. Nesse momento a pessoa torna-se comumente exigente, reclama bastante e tende a fazer críticas. No entanto, é importante tolerar esta fase, pois sabe-se que o paciente precisa “externalizar” seus sentimentos de angústia.
Na barganha o paciente comumente negocia com Deus, mesmo aqueles que diziam não ter religião, prometendo promover o bem em troca de longevidade, as quais normalmente não cumpre.
A depressão surge quando o paciente não pode mais negar uma doença já instalada, as vezes quando é submetido a mais uma abordagem terapêutica, apresenta novos sintomas ou tornar-se mais debilitado. Seu alheamento e revolta tendem a ceder lugar a um sentimento de grande perda.
Por fim, a aceitação é quando a pessoa não mais se encontra depressiva ou revoltada. É o momento em que encontra paz e aceita o que está acontecendo. Neste momento a família necessita de bastante ajuda, pois tende a ser o estágio final, realmente à beira da morte.
Tendo conhecimento desses estágios, pode-se abordar estrategicamente cada um deles, amenizando o sofrimento da família e do paciente.
- João Marcos Neves e Pedro Sales