No inicio dos tempos, quando o Homem ainda não possuía conhecimentos que pudessem adiar sua morte, ele a compreendia como parte do ciclo da vida e algo inevitável. A morte era venerada nas mais diversas religiões e fazia parte do dia a dia. Havia o desejo de uma morte lenta e gradual, já que, na maioria dos casos, morria-se de forma rápida e inesperada, pois não existiam defesas para as doenças que os assolavam.
Com o passar dos anos, esse Homem foi adquirindo tal conhecimento medicinal, e aprimorando-o, que transformou a medicina rudimentar no que é atualmente. No entanto, junto a esse aprimoramento, mudou também a forma de pensar sobre a morte, tornando-a algo a temer e rejeitar. Em razão disso, ela deixou de ser vivenciada no dia a dia das pessoas, passando a ocorrer dentro dos hospitais, longe dos olhares do povo. Também, inúmeras formas foram criadas para evitar esse acontecimento. Medicamentos, cirurgias, tratamentos em geral, estão agora disponível para tratar quaisquer enfermidades apresentadas pelos pacientes, prolongando suas vidas a qualquer preço e fazendo-os viver mais. Assim, o Homem conquistou seu desejo de uma morte longa e gradual.
Mas será que esse desejo alcançou o resultado esperado? Hoje vemos que ao tentar prolongar nossas vidas ao máximo, acabamos por não ter um final tranquilo, mas sim, repleto de sofrimento e dor, deitados em leitos hospitalares, muitas vezes sozinhos, tudo por conta dessa mudança de perspectiva sobre a morte, não a enxergando mais como algo natural, mas como algo a evitar a todo custo.
- Gustavo Dürr
Excelente texto!!! É importante refletirmos sobre como encaramos a morte hoje em dia. Por que transformar algo tão natural e inevitável em fonte de tanto sofrimento? Vegetar por meio de medicamentos e aparelhos é viver?
ResponderExcluirParabéns, e obrigada, Gustavo Dürr, por "plantar" a semente dessa reflexão.
Janaina
Temos o direito à vida, mas devemos ter também o direito de uma morte tranquila no aconchego do nosso lar e familiares. Esgotados os recursos médicos devemos ser liberados para fazermos o passamento em tranquilidade e cercados pelos entes queridos. A mediciba deve repensssar este assunto.
ResponderExcluirMuito bom texto! Parabéns
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